Pálinhe

A minha foto
Portimão / Lisboa, Portugal
Depois de ter descoberto a fotografia em 2004, captando imagens nas provas de BMX, esta tornar-se-ia a minha paixão supra-sumo. Também a escrita, mais tarde, haveria de se tornar parte das minhas formas de expressão. Nutrindo também um gosto especial por escultura, por influência das ocupação profissional e auto-didática do meu pai, fui acompanhando esta arte ao longo da minha juventude e pude experimentar "criar" na madeira.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A Dádiva

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Ouvir sem escutar
e olhar sem ver
não é a minha forma de estar
nem a minha forma de ser.

Percebo numa planta
e entendo no horizonte
que tudo o que m'encanta
provém da mesma fonte.

Surge a estrela da alva,
vejo o dia clarear.
Bebo da folha da malva
logo após o despertar.

Nos campos agrestes
voam muitas perdizes.
Como amoras silvestres,
caem lágrimas felizes.

Inspiro os montes,
expiro os vales.
Bebo das fontes
e espanto meus males.

Sigo um fio d'água
e descubro a nascente.
Refresco a minha cara
neste vindouro afluente.

Subo a um grande monte.

Por querer contemplar
e por querer ver mais,
vejo, ao longe, o mar
e os campos de cereais.

No Sol poente,
tudo quieto e calmo, no alto.
Salta á vista imensidão.
Contemplo terra, água, céu,
todo o espaço da criação.
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