.
Ouvir sem escutar
e olhar sem ver
não é a minha forma de estar
nem a minha forma de ser.
Percebo numa planta
e entendo no horizonte
que tudo o que m'encanta
provém da mesma fonte.
Surge a estrela da alva,
vejo o dia clarear.
Bebo da folha da malva
logo após o despertar.
Nos campos agrestes
voam muitas perdizes.
Como amoras silvestres,
caem lágrimas felizes.
Inspiro os montes,
expiro os vales.
Bebo das fontes
e espanto meus males.
Sigo um fio d'água
e descubro a nascente.
Refresco a minha cara
neste vindouro afluente.
Subo a um grande monte.
Por querer contemplar
e por querer ver mais,
vejo, ao longe, o mar
e os campos de cereais.
No Sol poente,
tudo quieto e calmo, no alto.
Salta á vista imensidão.
Contemplo terra, água, céu,
todo o espaço da criação.
.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
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