É uma vez
uma gata maltês.
Conquistou-me a alma
e não soube o que fez.
Lembro-me de ti
nas noites quentes
em que a lua está cheia
e eu sei o que sentes.
O que tenho na mão?
Não sei bem o que sinto.
Mas, com toda a razão,
digo que gosto, não minto.
Numa tarde sombria
perguntei ao meu coração
se, de facto, conhecia
a vítima da minha paixão.
Eu não lhe pedi,
mas ele fez-me sonhar..
com a alma que deu vida
à minha arte de amar.
Também me lembro..
do que me é bem sabido,
do teu cabelo ondulado,
do teu cheiro adocicado,
e do meu fogo amortecido.
Afeiçoei-me a ti..
que raio de amor!
Eu não queria assim,
mas gosto do sabor!
E no fim percebo
que todas as noites são quentes,
todas a luas são cheias
e eu sei sempre o que sentes.
Que me ames a mim
como eu amo os teus mares.
Porque, quando partires,
vou pedir para voltares.
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Poema feito, respeitosamente, para Patrícia Gois.
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